Flor gentil à luz sorria
no lindo canteiro de Deus;
quis tratar dela Maria
e ali foi descer dos céus.
Cuidou dela com ternura
vertendo em rasgos de amor
lácteas gotas de candura
sobre aquela meiga flor.
Rebrilha já orvalhada,
a flor, irmã de cecém,
verdejante na morada
da nossa Rainha e Mãe.
Lírio de encanto profundo,
rosa bela, áureo lilás,
mal pôde admirá-la o mundo
na sua passagem fugaz.
Foi na canteiro da Iria
que a mimosa flor brotou;
ali a colheu Maria,
com a mão de neve a segou.
Jacinta tudo padece
com tão resignado amor
que mais e mais se enaltece
ante a face do Senhor.
Jacinta, flor preferida
da nossa divina Mãe,
esparze o rócio da vida
sobre nós, fértil, também.
Padre Formigão
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